Saiba por que (e como) a logística vai determinar o futuro de sua empresa

As atividades logísticas podem ser uma verdadeira dor de cabeça para empresas de todos os setores. Por não fazer parte do Core business, a maioria não sabe como ajustá-las, interna e externamente, tornando-a estratégia de marketing e fazendo da logística um diferencial competitivo do negócio.

O que todas as empresa já constataram é que os custos para se fazer logística não são nada baratos. Mas, ainda pior que os custos logísticos, são os estresses causados quando a logística não funciona — perdem-se vendas, reputação e consequentemente clientes.

Com a globalização e a internet as expetativas em torno do serviço logístico ao cliente têm aumentado exponencialmente.

O fast food, compras online, banco pela internet, correio eletrônico, vídeo conferência, rastreamento GPS e troca de mensagens instantâneas, fizeram de nós — consumidores impacientes, mais exigentes e com expectativas de produtos e serviços disponibilizados em prazos mais reduzidos, com qualidade cada vez maior e ao menor preço possível.

Diante disso a gestão eficaz das atividades logística em toda a cadeia de abastecimento torna-se vital para a sobrevivência e crescimento futuro de qualquer empresa.

A pergunta que você deve estar se fazendo agora é: como adequar às atividades de gestão logísticas para atender a todas as expectativas dos clientes em todos os estágios da cadeia de abastecimento (e a pergunta é excelente)?

CUSTOS x NÍVEIS DE SERVIÇOS

É vital que os custos sejam os menores possíveis, mas é também essencial que uma empresa tenha ótimos níveis de serviços, ou seja, que tenha padrão de qualidade do serviço e agilidade de reação, mas no custo ideal.

Os níveis de serviços é o que garantirá sua reputação e a satisfação do seu cliente. Por isso é preciso cautela quando focar em redução de custos logísticos, pois uma coisa está ligada a outra — os custos logísticos aumentam proporcionalmente ao nível de serviço oferecido ao cliente.

A obsessão óbvia pela economia nas atividades logísticas levou a uma “marginalização” do conceito redução de custos. Explico: quando as empresas descobriram os custos para se fazer logística iniciou-se uma verdadeira pressão sobre os gestores por redução rápida e drástica nos custos com armazenagem, estoque e transporte (principalmente).

O transporte e manutenção de estoques são as atividades logísticas primárias na absorção de custos. Podendo cada um deles abocanhar até dois terços dos gastos com logística (Ballou).

Essa pressão pelo enxugamento dos gastos é compreensível e necessária, uma vez que os custos com as atividades logísticas podem chegar a 20% do faturamento total de uma empresa. No entanto a falta de know-how das empresas e gestores, os fizeram focar em redução pela redução, esquecendo-se da qualidade e segurança dos serviços — o que é extremamente nocivo para o negócio.

Equalizar custos e nível de serviço não será tarefa fácil, a empresa precisará conhecer a fundo os processos logísticos que envolvem a cadeia de abastecimento somando esforços com departamentos como: comercial, marketing, finanças, compras, sac., estoque, PCP, demanda, projetos e etc.

Para fazer da logística marketing competitivo é importante decidir bem sobre:

  • O serviço ao cliente: conhecer os desejos e necessidades do seu cliente e estabelecer níveis de serviços;
  • Transporte e distribuição: adotar o modal de transporte ideal, composição e consolidação de fretes, criação de roteiros inteligentes, gestão da frota, seleção de equipamentos, gestão das reclamações, tecnologia embarcada, logística reversa e gestão da conta frete;
  • Manutenção de estoque: política de estocagem de matérias-primas e produto acabado, estratégias just-in-time de empurrar e puxar, previsão de vendas, custo ideal do estoque, variedade de portfólio e etc.;
  • Politica de armazenagem: tamanho e configuração do armazém, localização, leiaute e desenho de docas;
  • Fluxo de informações: interface entre pedidos de compra e estoque, escolha do método de transmissão de informação sobre pedidos, coleta, armazenamento e manipulação de informações: banco de dados para auxiliar em decisões futuras;
  • Compras: seleção de fontes de suprimento, decisão sobre o momento e a quantidade da compra;
  • Processos de manuseio: seleção do modelo da logística interna, equipamentos, procedimentos para separação de pedidos (picking), recuperação de materiais, embalagens e etc.

Esses são temas primários e vitais para o sucesso das atividades logísticas. Talvez seja preciso que a empresa busque especialistas que a apoie na gestão, por isso, a terceirização pode ser um caminho possível. No entanto tenha cautela ao escolher…

A ESCOLHA CORRETA DE PARCEIROS É VITAL

Concentre-se naquilo que você é bom, delegue todo o resto. Steve Jobs

Com a crescente competitividade mundial e com o foco em resultados financeiros se tornando cada vez mais importante, as empresas devem buscar novas formas de competir no mercado global e obterem vantagem em relação aos seus concorrentes.

Concentrar-se em seu Core business e terceirizar as outras atividades pode ser um vantagem — começou com alimentação e limpeza e depois foi evoluindo até chegar à logística.

A globalização representa um maior número de clientes nos mais diversos lugares que possuem necessidades distintas e que necessitam de soluções diferentes, o que implica em maior flexibilidade da operação logística para atender canais, clientes e mercados com diferentes necessidades e estruturas.

Empresas especializadas em logística vem investindo na área de Tecnologia da Informação, buscando gerenciar de maneira econômica e eficiente esta complexidade imposta pelo mercado, como forma de lidar com este crescimento de complexidade.

Escolhendo o parceiro ideal:

Em certa medida voltamos ao tema que tratamos: CUSTOS x NÍVEL DE SERVIÇO.

Logística é o carro chefe de operadores logístico; o seu Core business. Esses tem o know how que empresas embarcadoras não têm, por isso, podem ajudar na equalização dos custos e níveis de serviços. No entanto, o processo de decisão precisa ser realizado com cuidado e envolvimento das pessoas necessárias, afinal, o operador irá representá-lo nos seus clientes.

Pontos importantes na hora da escolha e negociação dos SLA’s:

1 – Composição dos custos: lembre-se sempre que é uma parceria, os dois devem ganhar no momento da composição dos custos. Planilha aberta é uma ótima mecânica de composição, o operador abre seus custos e como chegou à precificação e o embarcador por sua vez expõe suas necessidades para vender um produto competitivo. Assim chegarão a um divisor comum que fará com que a parceria seja duradoura.

2 – Sofisticação tecnológica: não é mais possível fazer logística sem o auxílio da mais fina tecnologia já existente e disponível no mercado. O mercado hoje fornece softwares para deixar os processos mais rápidos, confiáveis, efetivos e baratos. Assim o operador logístico deve ter no mínimo:

  • Um bom ERP (Enterprise Resource Planning), ou Sistemas de Gestão Empresarial, para troca de informações com os clientes, criação e armazenamento de banco de dados;
  • TMS (Transportation Management System), conhecido como Sistema de Gerenciamento de Transporte: controle de fretes, produtividade, comparativos de custos e etc.;
  • WMS (Warehouse Management System), ou Sistema de Gerenciamento de Armazém;
  • Um bom roteirizador: definição de itinerários ou roteiros utilizando algoritmos matemáticos e métodos heurísticos que tem por objetivo a redução do tempo, da distância percorrida e dos custos operacionais logísticos;
  • Tecnologia Mobile: o uso dessa tecnologia contribui para um fluxo cada vez mais rápido das informações, de forma contínua e confiável, o que torna as operações ainda mais ágeis e eficazes. Além de comunicação ágil na entrega garante a gestão do transit time e geolocalização;

3 – Coletas, entregas, prazos e entregas totais: os alinhamentos de prazos para coletas e entregas devem existir, não somente prazos, mas também o atendimento da quantidade solicitada pelo cliente. O OTIF é um KPI que não pode faltar (do inglês On Time In Full), isto é, “no prazo (on time), e completo (in full)”, ou seja, atendendo a todas as especificações. O operador e embarcador devem trabalhar em conjunto para minimizar as rupturas e erros.

4 – Baixa e devolução de canhotos: o canhoto é um assunto de relevância altíssima e deve ser uma exigência na hora de contratar um parceiro, pois ele é o que comprova a entrega. Muitas empresas só reconhecem receita com a baixa do canhoto nos sistemas, assim a preocupação com a assinatura no ato da entrega, contendo nome e RG legíveis do recebedor, e, se possível com carimbo do cliente pode garantir a lisura do processo. É preciso garantir o retorno deste canhoto o mais rápido possível. Em um primeiro momento de forma virtual e depois física.

Enfim, esses são apenas alguns cuidados ao escolher o parceiro. Muitos outros pontos, dependendo do perfil de seu negócio, devem ser considerados. Expertise, Know-how e foco nas atividades logísticas podem determinar o futuro brilhante de sua empresa.

IGNORE TUDO ISSO E CORRA OS RISCOS

Ignorar todos esses cuidados com as atividades logísticas é ignorar diretamente o cara que garante seu sucesso enquanto empresa — o cliente. — É ele quem tem o poder de escolher, promover e/ou “demitir”.

Aceitar a realidade globalizada, acelerada e tecnológica é investir na continuação do seu negócio.

Um mundo altamente competitivo exige decisões rápidas, e, o mais assertivas possíveis. Enquanto consumidores ficamos mais exigentes ao adquirir produtos e serviços — somos cada vez mais ambivalentes, plurais, complexos, multifacetados e divididos. A alta conectividade, o fácil acesso a informações e a proximidade com a tecnologia móvel vem moldando um perfil impaciente e acelerado…

…atender em variados canais, entregando o produto no menor tempo, com padrões de alta qualidade e a custos baixos, é o que separará os “homens dos meninos”, ou seja, permitirá que as empresas que estiverem antenadas se diferenciem de seus concorrentes.

Até a próxima!